sábado, 12 de junho de 2010

Dia - II a III Á conversa com João Gonçalves

  João Gonçalves, é a primeira pessoa a ser entrevistada, devido à sua disponibilidade, e proximidade familiar.  Porém esses não são os aspectos fundamentais para levar em conta o seu depoimento, passo a explicar:
  João Gonçalves é a pessoa "velha" de Caparrosinha tendo 91 anos de idade. Em tempos foi das pessoas  mais activas não só na terra como na freguesia, tendo deixado a sua marca, tanto no plano cultural como no plano politico.
Desempenhou cargos de grande responsabilidade, vindo a ser presidente de junta de freguesia, papel relevante para mudanças que ainda hoje tem a sua importância, tomando medidas desde o alargamento das estradas à electrificação da povoação, passando pela construção da capela. Este também participou no grupo teatral de Caparrosinha e na tuna, ambas já se extinguiram à muito. Hoje nos dias que correm temos a associação local, graças a ele e a um grupo de pessoas activas e decididas, quase que diria as gerações de ouro e prata juntaram se pondo mão à obra.
   Após desta breve introdução da Pessoa de João Gonçalves, segue-se a entrevista.
  Levantamento de informações sobre o passado cultural de Caparrosinha desde a tuna ao grupo teatral , que passou de um banal levantamento a algo surpreendente, em que o entrevistado conta o que viveu a e como viveu.
  A conversa segui a estrutura de uma conversa informal, tendo como objectivo recolha de informação sobre o passado cultural.
  A tuna de Caparrosinha, não há data em especifica de sua criação, no entanto sabe-se a pessoa que surgiu com a ideia para a sua criação, sendo tão bem responsável por lhe dar vida, juntando um grupo "dos rapazes novos daquele tempo e que tinham jeito", refiro-me a João Marques de Oliveira, conhecido localmente por João do Albano. João Marques de Oliveira, era uma pessoa dotada para a musica, não só no sentido de compor e de a tocar, mas também construindo os instrumentos.  Este segundo foi dito fez um órgão, que foi para uma das paróquias próximas, e tão bem se sabe que afinou o órgão da Sé.
Apesar do seu brilhantismo e empenho de todo o grupo a tuna teve uma fase, que se considerou parada devido à emigração e êxodo rural de parte dos membros.
Anos depois antigos membros juntaram se, e desta feita contaram com a colaboração da família dos Tunas de Paranho, para reerguer a tuna de Caparrosinha, apesar de toda a boa vontade a tona acabaria por se extinguir, devido a doenças, e outros motivos idênticos aquando da primeira paragem,  entanto esta paragem seria definitiva.
Porém devido a questões que não são desconhecidas a ninguém que tem de viver em sociedade, a tuna acabou por desaparecer.
 Anos depois o entrevistado seria convidado a se juntar à tuna de Caparrosa no sentido de lhes dar apoio, no sentido de lhes transmitir o que sabia, estando este na origem da tuna de Caparrosa, sendo um dos fundadores.
   Quanto ao teatro,o mentor desta ideia foi António Maria de Oliveira Gonçalves, irmão do entrevistado. António Gonçalves, teve um papel muito activo no grupo de teatro isto desde ensaísta, ele era a pessoa que seleccionava as peças que eram interpretadas pelo grupo. Algumas das peças complexas e de difícil interpretação, deixo alguns exemplos; "Lobo do Mar", "Inês de Castro", "Rainha S.ta Isabel", "Rosa do Adro". Este que tão bem era uma pessoa com grandes conhecimentos, foi peça chave nas digressões do grupo pela região de Viseu. Tendo actuações desde Farminhão, S.Miguel, Caparrosa, Castelões, Campo-de Besteiros, recebendo inclusive um convite para actuarem no teatro avenida em Viseu, porém por razões várias não poderam ir. 
 Foi um grupo de grande talento e empenho, grupo que por tal deixou marca a nível de concelho sendo referência para grupos que lhe seguiram. Apesar de todo o fervor em seu redor, o grupo desintegrou se desde motivos de emigração, êxodo doença, simples desistência. Tudo isto levou um grupo promissor ao seu fim.

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